Texto de Petronio Portella Filho, Consultor do Senado e Doutor em Economia pela Unicamp.
O colégio eleitoral dos estados americanos soma 538 votos. O candidato vitorioso necessita de 270 votos. Na manhã de hoje, Biden vai liderando a contagem por 264 votos a 214.
60 votos do colégio eleitoral estão indefinidos. Joe Biden necessita de apenas 6 desses votos.
Segundo as projeções mais confiáveis, Biden deve vencer na Pensilvânia (20 votos), Nevada (6 votos) e Geórgia (16 votos). Trump deve vencer no Alasca (3 votos) e na Carolina do Norte (15 votos).
A contagem final deve ser uma vitória de Joe Biden por 306 a 232, repetindo os números da vitória de Trump sobre Hillary Clinton em 2016.
No voto popular, Biden deve vencer por sete milhões de votos, 81,8 milhões a 74,9 milhões. Mas infelizmente o que conta nos EUA é o voto eleitoral.
Donald Trump não está aceitando a derrota. Isto já era esperado. Quem fez bullying a vida inteira não vira gentleman depois de velho. Donald alega fraude eleitoral e tenta interromper a contagem dos votos nos Estados em que lidera. Disse que vai recorrer à Suprema Corte.
Trump tem maioria de 6 a 3 na Suprema Corte. Mas o tipo de contestação que ele tenta fazer não encontra amparo legal nem precedentes. E, mesmo entre os republicanos, muitos duvidam de que a estratégia possa ser bem-sucedida.
Tampouco existe clima político para uma virada de mesa. A Fox News, o mais importante canal da extrema direita, está aceitando a provável derrota eleitoral de Trump. Um editorial da Fox News de hoje critica Trump por alegar que os democratas roubaram a eleição.
Não há como a retórica inflamada de Trump ter grande repercussão sem o apoio da Fox. Felizmente a Fox News tomou o lado da legalidade, a exemplo de todos os grandes órgãos de imprensa americanos.
A última cartada de Trump seria talvez a resistência armada. É fato que ele possui aliados fanáticos, armados até os dentes. Mas os incidentes de violência eleitoral foram raros e muito menos sérios do que o esperado. A eleição está sendo relativamente pacífica. E os republicanos estão aceitando a derrota melhor do que o presidente.