Além da 32/20, PEC 186/19 também corta direitos dos servidores sob a bandeira da saúde fiscal

Embora a PEC 32/2020 venha sendo percebida como a principal ameaça aos direitos constitucionais dos servidores públicos brasileiros, ela não é a única matéria em andamento no Congresso a apontar para cortes na classe como forma de mitigar a crise fiscal do país.

Consultor Legislativo do Senado Federal, Paulo Viegas destaca que a PEC 186/2019 também onera os servidores sob a justificativa da redução de custos. Viegas, que é também mestre em economia, aponta ainda que ambas as PEC’s dão continuidade à política de austeridade que atuou como pano de fundo para reformas como a da Previdência – e que pouco surtiram efeito na saúde dos cofres do Estado.

Suas reflexões integram a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.


 

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Reforma Administrativa é parte de política de desmonte do Estado, afirma o senador Paulo Paim

De acordo com o senador Paulo Paim, do PT-RS, a proposta de Reforma Administrativa em curso no Congresso dá continuidade à uma política de desmonte do Estado iniciada pela Reforma da Previdência e da defesa de uma política de austeridade fiscal que prega o corte de gastos sem que se meça os impactos da capacidade do serviço público servir à população.

Deputado constituinte em 1988, Paim aponta ainda diversos regressos constitucionais representados pela PEC 32 – como a derrubada do regime único dos servidores e uma preocupante abertura para a entrada da terceirização de postos importantes dentro da administração pública.

A reflexão do senador integra a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.


 

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Reforma Administrativa diminui a capacidade do Estado servir a população brasileira

Presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Rivânia Lúcia Moura de Assis, aponta que a atual proposta de Reforma Administrativa contribui para o desmonte do Estado Brasileiro – diminuindo sua capacidade de prestar serviços à população ao transferir parte de suas prerrogativas para o braço do mercado e da iniciativa privada.

Segundo Rivânia, é fundamental destacar que a PEC 32 não atinge apenas os servidores públicos, mas a população brasileira em geral.

Em sua reflexão, a dirigente sindical e professora universitária da UFRN questiona ainda a atitude do Governo Federal de decretar sigilo aos dados que – supostamente – justificariam a reforma sob o aspecto fiscal, cenário que, segundo ela, diminui a transparência da proposta e limita a realização de um debate plural sobre a pauta.

A reflexão de Rivânia integra a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.


 

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PEC 32 abre margem para que apadrinhamento substitua critério técnico na administração pública

Para o presidente da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), Décio Bruno Lopes, a PEC 32 – defendida por seus apoiadores sob a justificativa da moralização da administração pública – carrega em seu cerne diversos mecanismos capazes de provocar justamente um efeito contrário.

Segundo ele, dar fim à realização de serviços públicos periódicos e à concessão estabilidade para os candidatos aprovados abre margem perigosa para que o apadrinhamento político se espalhe por cargos tradicionalmente ocupados com base no critério técnico dentro do Estado.

A reflexão de Pontual integra a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.


 

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Reforma peca ao não diagnosticar problemas reais da Administração Pública

Presidente da Associação Nacional dos Especialistas Públicas e Gestão Governamental (Anesp), Pedro Pontual afirma que a atual proposta de Reforma Administrativa contém um erro grave já em sua origem – ao nem sequer identificar os gargalos reais da administração pública brasileira.

Segundo ele, a PEC 32 ignora a análise de questões fundamentais para a análise da eficiência dos serviços prestados pelo Estado como, por exemplo, o abastecimento de insumos e a aparelhagem dos estabelecimentos de saúde, a estrutura física de onde determinado serviço é prestado, o aparato tecnológico e até mesmo a organização da informação dentro da estrutura.

“Sem esse diagnóstico você não sabe o que se quer melhorar. Qual o problema que se quer, de fato, solucionar. Parte-se do princípio de que o servidor público é que é este problema, já que a PEC foca somente nele”, apontou Pontual – antes de complementar.

“Então se você só está mexendo em uma variável que você acha que é o problema, sem nenhuma base – porque não há nenhum tipo de levantamento sobre isso (…), como você vai melhorar o serviço público?”.

A reflexão de Pontual integra a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.


 

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