Sou do contra em muitas coisas, inclusive no futebol. Em copas do mundo, sempre torço pela Argentina quando ela enfrenta seleções europeias. Isto deixa parentes e amigos indignados.

Faço parte de uma minoria que percebe a copa do mundo como uma competição entre Europa e América do Sul. Competição que nós, latinos, vencíamos por 9×8 até 2002. Brasil (5), Argentina (2) e Uruguai (2) tinham vencido mais copas do que as poderosas Alemanha (3), Itália (3), Inglaterra (1) e França (1).

Isto acontecia apesar de as copas do mundo terem três competidores europeus para cada sul-americano. No esporte mais popular do mundo, o Mercosul tinha algo que não se observava em nenhuma outra área — hegemonia.

Acompanho futebol desde 1967. Assisti a treze copas do mundo, torcendo pelo Brasil em 1º lugar (e por um hermano sul-americano em 2º). Nenhum atleta brilhou tanto em uma copa quanto Maradona em 1986.

Houve uma época em que a TV Bandeirantes transmitia futebol italiano. Torci durante vários anos pelo Napoli, o time em que Maradona mais atuou. Concordo com o Tostão: Pelé foi o maior da história, mas Maradona foi o mais artístico.

Maradona foi como um deus da mitologia grega. Pecador, cheio de falhas humanas. Era passional como o Tango. Quem melhor o definiu foi o jornalista Paulo Vinícius Coelho:

“Maradona foi o mais humano dos imortais”.

 

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