Alesfe é parceira de evento sobre a aplicabilidade de inteligência artificial nos parlamentos

A conferência “LegisTech: P20 | Inteligência Artificial nos Parlamentos”, promovida pela Bússola Tech, em parceria com a Alesfe, Sindilegis e Aslegis, reuniu líderes parlamentares, especialistas e delegações internacionais para discutir a importância da inteligência artificial (IA) na modernização dos processos legislativos.

O evento, que contou com a presença da Presidenta da Alesfe, Cleide de Oliveira Lemos, foi composto por painéis de discussão e casos ligados a implementação de IA no meio jurídico.

O painel ‘Alavancagem da Inteligência Artificial para Maior Transparência e Participação nos Parlamentos’ teve a moderação de Paulo Roberto Alonso Viegas, Consultor Legislativo do Senado Federal.

Na apresentação do ‘Caso de Inteligência Artificial Generativa do Senado Federal do Brasil’, Flávio Diogo Luz, Consultor-Geral da Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle, integrou a mesa.

Durante o evento, o Conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fernando Bandeira de Mello, contribuiu para o debate do painel ‘Novo Papel dos Parlamentos na Era da Inteligência Artificial Generativa’.

Participaram da organização da iniciativa, Marcus Peixoto, Helena Assaf, Roberta Viegas, Paulo Viegas e Cleide Lemos.

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Consultores e Consultoras Legislativos do Senado prestigiam 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20

A 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20, que ocorreu entre os dias 7 e 8 de novembro, em Brasília-DF, reuniu líderes parlamentares para debater questões globais urgentes, como o combate à fome, a redução da pobreza e a transição ecológica justa e inclusiva.

Além disso, a iniciativa buscou reforçar a governança global e aproximar os parlamentos das demandas reais das populações, contribuindo para a construção de um futuro mais equitativo e sustentável para todos.

O evento contou com a participação dos Consultores e Consultoras Legislativos do Senado Federal, Benjamin Miranda Tabak, Habib Jorge Fraxe Neto, Tarciso Dal Maso Jardim, Laís César Sacramento, Luana Lund Borges de Carvalho, Natália Fernanda Gomes Sobestiansky, Roberta Maria Correa de Assis e Susane Guida de Souza e da advogada, Bárbara Azeredo Souza Thomé, que auxiliou na organização, recepção e acompanhamento das delegações estrangeiras.

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Luiz Rodrigues destaca a segurança alimentar como um pilar fundamental para o desenvolvimento do Brasil

Em artigo publicado no Portal Grabois, Luiz Antônio Gonçalves Rodrigues de Souza, Consultor Legislativo do Senado Federal, defende a política do atual governo de retomar estoques de grãos e de outros alimentos.

Estoques de grãos: os traumas do passado não podem paralisar a política pública de segurança alimentar

Por Luiz Rodrigues*

A segurança alimentar de um país é um pilar fundamental para seu desenvolvimento. Os estoques de grãos, nesse sentido, desempenham um papel estratégico, garantindo o abastecimento e a estabilidade de preços, mesmo em tempos de crise. Recentemente, o Brasil retomou a política de formação de estoques públicos de grãos, depois de um período de redução que vinha ocorrendo de forma contínua desde 2016. Este tipo de ação, inclusive, foi uma das promessas de campanha do atual governo. As enchentes do Rio Grande do Sul elevaram as preocupações com eventual possibilidade de falta de alimentos básicos, tal como o arroz, o que não veio, felizmente, a se concretizar, mas deste modo fomentou-se ainda mais este debate. A verdade é que os estoques de grãos no país nunca foram debatidos para além de um pequeno círculo de especialistas e interessados. No entanto, dada sua importância para a segurança alimentar essa deveria ser uma discussão mais ampla, para que as decisões governamentais na área tivessem o devido suporte ao longo do tempo e maior previsibilidade.

Parte do problema da opacidade do debate se deve à formação de especialistas e operadores da área que foram traumatizados pelos escândalos de corrupção e má gestão dos estoques públicos que vieram à tona principalmente nos anos 1980. Foi comum ver cenas de fraude na política agrícola vigente, inclusive com fraudes de estoques, em silos que deveriam estar cheios de grãos, conforme constava nos documentos oficiais, mas que, quando verificados, se mostravam incompletos e com grãos que já não estavam em condições de consumo. Se não bastasse essa amarga experiência, no começo dos anos 1990, o Governo Collor funde três empresas públicas, uma de distribuição de alimentos, outra de armazenagem e outra de financiamento da produção na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sem dotá-la das ferramentas necessárias para a integração de culturas tão distintas e sem recursos para a manutenção de suas infraestruturas básicas. Daí e durante todo o período dos anos 90, os estoques foram sendo reduzidos e encarados pela área fiscal do governo como um custo demasiado e pela área de controle e mesmo por seus operadores como uma área em potencial para surgimento de corrupção e malversação de recursos.

Isso tudo em conjunto levou a um consenso silencioso entre boa parte dos especialistas da área, muitos deles inclusive funcionários da Conab e do Ministério da Agricultura. Tal consenso era de que estoques públicos de grão são um problema, um custo demasiado e que não deveriam ser incentivados, de modo que o racional seria sua redução ao longo do tempo. Não é preciso ter muito conhecimento na área para perceber que tal tipo de raciocínio estava jogando fora o bebê junto com a água. É verdade sim que estoques de alimentos costumam ter algum custo para sua manutenção e que esse tipo de uso compete com outros usos nobres como prestação direta de serviços de saúde e educação no orçamento público. No entanto, é preciso levar em conta os benefícios dessa política pública.

A função mais importante dos estoques de grãos é, sem dúvida, a segurança alimentar. No contexto mundial de rivalidades geopolíticas e conflitos bélicos tal função é, sem dúvida, ainda mais importante. No caso dos dois alimentos básicos do Brasil, o arroz e o feijão, o tipo desses grãos ao que o brasileiro está habituado e sabe preparar no dia a dia não encontra grandes correspondentes no mercado mundial. Ainda que o arroz seja um dos cereais mais consumidos no mundo, este tipo longo, agulhinha, é bem peculiar do Brasil. Já o feijão tem outra particularidade, o de tipo marrom (carioquinha, a variedade mais comum dele) não suporta muito tempo de armazenamento, perdendo suas características e palatabilidade, o que faz com que estoques de feijão devam ser feitos majoritariamente de feijão preto. Isto posto, é importante que o Brasil possua estoques mínimos para estes dois produtos, assim como outros igualmente relevantes para a alimentação básica, tal como farinha de mandioca.

Além da segurança alimentar sob a óptica do abastecimento mínimo emergencial, os estoques servem também para dar estabilidade aos preços, balizando oferta e demanda. Obviamente, existe risco de uso exacerbado de tais instrumentos que pode distorcer demasiadamente a produção levando à quebra de expectativas e, consequentemente, queda nos investimentos, reduzindo a produção. No entanto, se bem empregados tais instrumentos são importante auxílio às cadeias agroindustriais. Especialmente no caso da indústria de proteína animal – como no caso da carne de frango, da carne de porco, do leite (e seus derivados) e do ovo, – os estoques de grãos como os de milho (ou sorgo) e, em menor proporção, os de soja, são importantes para dar estabilidade na produção e para manter preços competitivos tanto para abastecimento interno de tais proteínas quanto para torná-las competitivas no exterior e assim trazer divisas em moeda estrangeira para o país.

Assim, fica claro que é acertada a decisão do atual governo de retomar estoques de grãos e de outros alimentos. O susto do Rio do Grande do Sul pode ter sido um importante balizador nessa discussão. Mas no atual contexto de ajuste fiscal, o ritmo de recomposição de estoques pode se dar em ritmo mais lento do que originalmente esperado. É evidente que não dá para recompor um grande volume de estoques num período muito curto de tempo sem criar grandes rupturas no mercado, e isso não seria desejável. Deste modo, há mesmo que ter alguma tranquilidade para sua recomposição, mas é importante nesse diapasão que a sociedade faça um debate mais amplo sobre o papel dos estoques para a segurança alimentar. Um país que se projeta mundialmente, que tem algumas ambições e que deseja se desenvolver precisa ter um sistema de estoques que seja proporcional às suas necessidades. Os traumas do passado no uso de tais instrumentos não devem ser pretexto para impedir seu uso necessário no presente e no futuro. Antes é preciso aprender a utilizar corretamente as ferramentas fazendo benchmark necessário com outros países, quando necessário. Tal arcabouço é parte importante para a construção de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, para criar as condições necessárias para uma sociedade mais justa e próspera no Brasil.

*Luiz Rodrigues é Consultor legislativo do Senado Federal, ex-secretário executivo adjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária, e engenheiro agrônomo

Fonte: https://grabois.org.br/2024/11/09/estoques-de-graos-os-traumas-do-passado-nao-podem-paralisar-a-politica-publica-de-seguranca-alimentar/

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Trump seria muito pior que Biden?

Por Petronio Portella Filho*

Internamente, sim. Muito pior. Trump vai governar para os poderosos, prejudicar os pobres e tratar aos pontapés os imigrantes latinos otários que votaram nele. Vai cortar gastos sociais para diminuir os impostos. Vai piorar a concentração de renda dos EUA (que já é padrão Terceiro Mundo). Vai tentar destruir a democracia americana, que, segundo o ranking da Economist, já é “Imperfeita” e está na posição 29.

Mas, externamente, Trump não seria tão pior. Ele seria talvez pior que Kamala Harris, mas provavelmente melhor do que o atual presidente. Joe Biden é um defensor fanático da hegemonia americana. Ele vive num mundo unipolar.

Biden apoia e financia o genocídio de Gaza, tentou expandir a OTAN até a Ucrânia, provocou, de forma imprudente, a China, se aliando a Taiwan e espalhando bases militares pelos países vizinhos. Para mim Biden é o Apocalipse Joe. Trump, em seu primeiro mandato, foi muito menos beligerante que Biden.

E que grande diferença Trump faria para o Brasil? Bem, eu tenho uma imagem dele diferente da dos fãs bolsonaristas.

Trump não dá a mínima para bajuladores, especialmente os latino-americanos. É inescrupuloso e autoritário, porém pragmático. Trump é um típico magnata dos negócios. Não levou Bolsonaro a sério nem quando era presidente. Ele vai salvar Jair Bolsonaro da cadeia? Nos sonhos dos bolsominions.

Joe Biden era tão melhor do que Trump aqui na América Latina? O Apocalipse Joe apoiou o golpe da extrema direita no Peru, manteve as sanções que asfixiam Cuba e Venezuela, tentou derrubar Maduro, tentou desestabilizar os governos esquerdistas do México, Colômbia e Nicarágua. Se Biden interferiu menos que Trump-1, a diferença é imperceptível.

Todos os extremistas trumpistas da América Latina foram apoiados sem ressalvas por Biden. O protoditador Milei foi recebido de braços abertos. Aqui no Brasil, a embaixada americana tomou o lado do trumpista Elon Musk quando ele anunciou que ia desrespeitar decisão do Supremo.

Biden foi contra o golpe de Bolsonaro sim, mas por vingança. O Mito o acusou de fraude eleitoral e demorou 29 dias para reconhecer sua vitória. O homem mais poderoso do mundo não podia perdoar tal insubordinação no seu backyard (quintal).

Os dois golpes de Estado que o Brasil sofreu durante minha vida tiveram a cumplicidade de presidentes americanos democratas, Lyndon Johnson em 1964 e Barack Obama em 2016.

*Petronio Portella Filho é Consultor Legislativo do Senado Federal (aposentado)

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