Proposta de reforma peca ao não diagnosticar problemas reais da Administração Pública

“Sem esse diagnóstico você não sabe o que se quer melhorar. Qual o problema que se quer, de fato, solucionar. Parte-se do princípio de que o servidor público é que é este problema, já que a PEC foca somente nele”, afirma Pedro Pontual

 

Presidente da Associação Nacional dos Especialistas Públicas e Gestão Governamental (Anesp), Pedro Pontual afirma que a atual proposta de Reforma Administrativa contém um erro grave já em sua origem – ao nem sequer identificar os gargalos reais da administração pública brasileira.

Segundo ele, a PEC 32 ignora a análise de questões fundamentais para a análise da eficiência dos serviços prestados pelo Estado como, por exemplo, o abastecimento de insumos e a aparelhagem dos estabelecimentos de saúde, a estrutura física de onde determinado serviço é prestado, o aparato tecnológico e até mesmo a organização da informação dentro da estrutura.

“Sem esse diagnóstico você não sabe o que se quer melhorar. Qual o problema que se quer, de fato, solucionar. Parte-se do princípio de que o servidor público é que é este problema, já que a PEC foca somente nele”, apontou Pontual – antes de complementar.

“Então se você só está mexendo em uma variável que você acha que é o problema, sem nenhuma base – porque não há nenhum tipo de levantamento sobre isso (…), como você vai melhorar o serviço público?”.

A reflexão de Pontual integra a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.

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Pautar PEC 32 no momento em que servidores estão na linha de frente do combate à pandemia é covardia

Não bastasse o momento inoportuno, Rudinei Marques, presidente do Fonacate, destaca ainda que a PEC se pauta em inverdades e estigmas ligados ao funcionalismo

 

Para o presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, a atual proposta de Reforma Administrativa fragiliza o serviço público em um momento no qual é seu fortalecimento é fundamental, dado o fato de que milhares servidores estão na linha de frente do combate à pandemia do novo coronavírus.

“Como médicos, enfermeiros, servidores da área de assistência social, segurança pública e pesquisa vão parar o que estão fazendo e se dedicar ao estudo da PEC 32? É impossível (…) é quase uma covardia o Governo Federal ter encaminhado a proposta nesse momento”, salienta o dirigente – complementando que a necessidade de distanciamento social inviabiliza a realização de audiências públicas nas casas legislativas, eventos que seriam importantes para a ampliação do debate em torno da pauta.

Não bastasse o momento inoportuno, Marques destaca ainda que a PEC se pauta em inverdades e estigmas ligados ao funcionalismo – tais como a noção de ‘Estado inchado’, desmentida por uma série de estudos que concluem que o serviço público brasileiro possui uma folha bastante inferior à média dos países desenvolvidos do globo.

Sua reflexão integra a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.

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PEC 32 enfraquece estrutura estatal e possibilita desmonte das políticas públicas

Especialista em políticas públicas afirma que Reforma Administrativa retiraria do serviço público a característica da impessoalidade, retirando sua autonomia e o fazendo refém dos desejos do governo em vigência

 

Para o Dr. em Economia pela Universidade de Paris e especialista em políticas públicas – Paulo Kliass, a atual proposta de Reforma Administrativa tem como intuito único o enfraquecimento da estrutura estatal e o desmonte das políticas públicas.

Segundo ele, ao dar fim a mecanismos como a estabilidade e o acesso aos cargos públicos por meio de concurso a partir da criação regimes jurídicos paralelos, a PEC retiraria do serviço público a característica da impessoalidade, retirando sua autonomia e o fazendo refém dos desejos do governo em vigência no momento.

A reflexão de Kliass integra a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.

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Combate à sonegação e alterações no sistema tributário deveriam ocupar o centro do debate em torno do equilíbrio das contas públicas

Consultor Legislativo do Senado Federal afirma que Reforma Administrativa deveria ser abordada pelo viés do aumento da eficiência e não do corte de gastos

 

Segundo o Consultor Legislativo e Presidente da Alesfe, Marcus Peixoto, o impacto das questões tributárias nas contas contas públicas é muito mais significativo do que os gastos do Estado com a folha salarial de servidores – folha esta que está dentro dos padrões internacionais.

Dessa maneira, abordar a administração pública pela ótica da economia de gastos ao invés de buscar mecanismos que gerem o aumento da eficiência do serviço público é erro importante da atual proposta de Reforma Administrativa.

A reflexão de Peixoto integra a série de Podcasts “Reforma Administrativa – O que esperar ?”, produzida pela ALESFE – Associação dos Consultores Legislativos e Advogados do Senado Federal.

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Reforma Administrativa proposta pelo Governo é incipiente e não contempla principais questões da administração pública, afirma Fábio Gondim

Consultor Legislativo do Senado Federal aponta definição de metas objetivas como um dos pontos cruciais a serem abordados por eventual reforma

 

Na oitava edição de sua série de podcasts ‘Reforma Administrativa – O que esperar’, a Alesfe contou com a participação do Consultor Legislativo do Senado Federal, Fábio Gondim.

Em sua reflexão, Gondim enfatizou que os itens abordados pela Reforma Administrativa proposta pelo Governo nem sequer tangenciam o ponto mais relevante a ser solucionado na administração pública atual: a carência de metas objetivas que balizem as atividades realizadas pelos servidores e funcionários a fim de atingir resultados concretos.

Além da falta de um planejamento de metas, o Consultor pontuou que questões como a criação de mecanismos que restrinjam os cargos comissionados de modo a priorizar a capacitação técnico-profissional dentro dos recursos humanos da administração pública também mereceriam maior atenção em uma eventual reforma administrativa, mas acabam – também – sendo ignoradas na PEC 32/2020.

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